sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cinema de família



Filha de Francis Coppola, prima de Nicolas Cage, estreou no cinema com poucos meses de vida em O Poderoso Chefão, filme no qual ainda atuaria nas duas sequências seguintes. Vivendo nesse ambiente seria inevitável tirar do caminho de Sofia Coppola a ligação com o universo cinematográfico.



Embora tenha atuado em diversos filmes, Coppola ganhou maior destaque no trabalho como diretora, que mesmo contando com poucas produções já foi muito premiado. Exemplo disso são as vitórias no Oscar de Melhor Roteiro Original com o filme Encontros e Desencontros (Lost in Translation) e como melhor guarda-roupa, no filme Maria Antonieta (Marie Antoinette).


Além dessas produções, Coppola também dirigiu os filmes As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides) e Lick the Star. Como atriz participou dos filmes Star Wars Episode I - The Phantom Menace (Star Wars - A Ameaça Fantasma, 1999), Rumble Fish (O Selvagem da Motocicleta, 1983) e Peggy Sue Got Married (Peggy Sue Casou-se, 1986)


Suas influências remetem ao cinema antigo, nos trabalhos de Federico Fellini e Michelangelo Antonioni. Fellini foi inclusive homenageado pela diretora no filme Lost in Translation, quando parte do filme La Dolce Vita foi exibida em uma cena.


Com influências de renome e uma família que já fez história no cinema, Coppola provou que tem talento para manter seu sucesso na carreira cinematográfica.


Trailer do filme Lost in Translation

sexta-feira, 9 de abril de 2010

LOST IN TRANSLATION, 2003



Encontros e Desencontros (Lost in Translation – 2003) é o segundo filme de Sofia Coppola. Muito bem recebido pela crítica, concorreu ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original, vencendo o último. Com ele, a cineasta reafirma seu talento e passa ser reconhecida além dos grandes nomes que poderiam vir a ofuscá-la: filha de Francis Ford Coppola, prima de Nicholas Cage, esposa (na época) de Spike Jonze.

O roteiro trata do encontro de um decadente ator, Bob Harris (Bill Murray), que se agarra ao pouco prestígio que lhe resta para filmar um comercial de uísque no Japão. Hospedada no mesmo hotel, está Charlotte (Scarlett Johansson), esposa de um fotógrafo que foi ao país fazer um ensaio com uma banda de rock.

Por causa do fuso horário, nenhum dos dois consegue dormir e, por um acaso, acabam se encontrando e reencontrando no bar do hotel. Apesar de todas as diferenças entre os dois (idade, estilo de vida, situação conjugal) ambos acabam se aproximando. Longe de uma história de amor sentimentalista, o que surge é uma empatia mútua, com os personagens mal conversando entre si.

As situações mostradas são corriqueiras, não há nada de excepcional ou radical, e esse é um dos grandes méritos do filme. Sem a legenda dos diálogos em japonês, os espectadores se sentem exatamente como os personagens, perdidos em meio a traduções incompletas - como na cena cômica da gravação do comercial. Estão também ausentes das palavras que Bob sussurra para Charlotte num dos momentos chave da trama, angustiados pelos conflitos entre tempos e culturas diferentes, buscando o sentido dos sentimentos que se perdem em qualquer tradução.